BALANÇO PARCIAL OPERAÇÃO CHUVA 2024

Abril, o primeiro mês da Operação Chuva 2024, foi marcado por intensas chuvas que superaram a média histórica para o mês - 284,9mm -, quando os acumulados chegaram a 821,7mm, segundo a estação de referência de Ondina, o maior volume em 40 anos.

Os outros anos que registraram grandes volumes de chuvas no mês foram 1984, com 889,8 mm, 1985, que chegou a 869,1 mm, 1996, registrando 758,8 mm e 1975, com 737,9 mm.

Segundo o Centro de Monitoramento de Alerta e Alarme da Defesa Civil de Salvador (Cemadec), as expressivas chuvas são causadas por uma combinação de fatores que aumentam a umidade sobre a cidade, sistemas de baixa pressão (cavados) e a passagem de frentes frias pelo litoral da Bahia intensificaram o vento marítimo, fazendo com que mais umidade entrasse pelo mar, além do aquecimento das águas do Oceano Atlântico.

A Operação Chuva é realizada anualmente, quando são intensificadas as ações preventivas e emergenciais no período em que as chuvas ficam mais fortes na capital baiana e que engloba o trimestre entre abril a junho.

A operação é oficialmente iniciada com a assinatura do decreto pelo prefeito Bruno Reis e mobiliza todos os órgãos do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC) sob a coordenação da Codesal, visando incrementar as ações preventivas e dar agilidade e efetiva resposta a desastres naturais, para reduzir efeitos dos problemas causados pelo mau tempo, principalmente nas áreas de risco.

O diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo, acentua a importância da atuação conjunta no período mais chuvoso de Salvador. Ele destacou que “é indispensável para a consolidação da política de prevenção e redução de risco de desastres, e requer significativa colaboração para o funcionamento do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC) durante a Operação, que tem a coordenação executiva da Codesal”.

 

Ações preventivas

 

Nesse período, a Codesal amplia as vistorias técnicas de imóveis e áreas de risco com a notificação de moradores quando necessário, monitora pontos críticos de alagamento e identifica a necessidade de intervenções, a exemplo de demolição, limpeza de canal e colocação de lona.

Essas intervenções são realizadas pelos órgãos parceiros integrantes do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC). As ações preventivas para reduzir acidentes permitiram que não fossem registradas perdas de vida nas recentes Operações Chuva.

 

Cidade mais preparada

 

Tem sido prioridade da atual gestão municipal preparar de maneira cada vez mais completa e organizada a capital baiana para enfrentar o período chuvoso. Ao longo do ano, o esforço preventivo se traduz em diversas intervenções, como contenção de encostas, implantação de geomantas, macro e microdrenagem, recuperação de escadarias drenantes, aplicação de lonas, conscientização e treinamento das comunidades, investimento em tecnologia no sistema de alerta e alarme, com monitoramento do volume de águas com a adoção de novas tecnologias. O investimento este ano é da ordem de R$ xxx milhões

O diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Sosthenes Macêdo, afirmou que o órgão se encontra preparado para coordenar a operação “uma vez que a Codesal desenvolve atividade durante todo o ano na perspectiva da prevenção, mas nesses três meses reforça suas atenções nas áreas de risco de nossa cidade, com o objetivo de preservar vidas”.

 

Cemadec

 

Tem papel preponderante ao longo da Operação, as análises de risco climatológico realizadas pelo Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), que, quando necessário, envia alertas às comunidades por SMS e aciona o Sistema de Alerta e Alarme, nas regiões onde estão instalados.

A Prefeitura de Salvador, por meio da Defesa Civil (Codesal), vem ampliando seu parque tecnológico com o acréscimo de mais pluviômetros e estações meteorológicas de modo a tornar mais eficiente o acompanhamento dos eventos climáticos.

Nos últimos dois anos, o número de pluviômetros passou de 48 para 114, implementando a cobertura dos acumulados de chuvas na capital baiana o que permitiu fortalecer as ações preventivas e de respostas nas áreas de risco.

As estações meteorológicas passaram de 04 para 14 em igual período, acrescidas por quatro estações hidrológicas e 15 geotécnicas. Ao todo, a Codesal conta hoje com 147 equipamentos de avaliação do clima.

 

"Esses equipamentos são fundamentais para auxiliar no acompanhamento de eventos climáticos extremos e na tomada de decisões voltadas à prevenção e a preservar vidas", destaca a coordenadora de Ações de Prevenção e Redução de Riscos Gabriela Morais.

 

Análise climatológica - abril

 

Para o mês de abril de 2024, a estação automática de referência Ondina/INMET registrou acumulado pluviométrico de 821,7 mm, ficando 288% acima da média climatológica (284,9 mm) o maior em 40 anos

Os sistemas meteorológicos atuantes no mês de abril foram: Complexo Convectivo de Meso-Escala (CCM), Sistema de Baixa Pressão, Cavado, Ventos Úmidos Provenientes do Oceano Atlântico e o avanço das frentes frias. Ressalta-se que a elevação da temperatura do Atlântico desempenhou um papel crucial na intensificação dos sistemas meteorológicos.

E de acordo com os registros das estações monitoradas pelo Cemadec, foram registrados expressivos acumulados nas seguintes localidades: Ondina (821,7 mm), Liberdade – Vila Sabiá (809,4mm), Pituba – Parque da Cidade (807,8mm, San Martin (792,6mm) e Massaranduba (787,6mm).

 

Sirenes

 

Diante do iminente risco de deslizamentos de terra, devido ao encharcamento do solo pelas chuvas, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) acionou, conforme estabelecido no protocolo do Plano de Prevenção de Defesa Civil (PPDC), as 14 sirenes do Sistema de Alerta e Alarme em áreas de risco prioritárias nos dias 07 e 08/04. Essas áreas foram Mamede, Bom Juá, Irmã Dulce, Mangabeira 1 e 2, Calabetão, Vila Picasso, Creche, Moscou, Voluntários da Pátria, Vila Sabiá, Baixa do Cacau, Bosque Real e Olaria devido às chuvas intensas que ultrapassaram 150 mm em um período de 72 horas.

Em 15/04, já havia ocorrido um novo alerta com sirenes, para continuidade do risco de deslizamento nas comunidades de Creche (Castelo Branco), Bosque Real (Sete de Abril) e Moscou (Castelo Branco). O alerta foi retomado na manhã do dia 25/04, nas sirenes das comunidades do Calabetão, Voluntários da Pátria e Baixa do Cacau.

Ao longo do período, 264 pessoas foram evacuadas de suas casas e conduzidas à abrigos instalados em escolas municipais no entorno das regiões atingidas. As Gerências Regionais de Educação (GREs), a Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre) e os gestores das Prefeituras-Bairro colaboraram no abrigamento.

Passado o risco apresentado pelas chuvas e após vistorias realizadas pela Codesal nas áreas evacuadas, as famílias que não puderam voltar em segurança para suas casas, e não possuíam local seguro, foram encaminhadas para o Abrigo de Acolhimento Provisório da Sempre.

O diretor da Codesal, Sosthenes Macêdo, enfatiza a importância da vigilância contínua, incentivando as pessoas a deixarem suas residências ao menor sinal de perigo, procurando abrigo em locais seguros. Mesmo que a intensidade da chuva diminua, o solo permanece encharcado, aumentando significativamente o risco de deslizamentos.

 

Área de risco

 

A ocupação urbana de forma irregular e desordenada nas áreas de encostas é um dos principais problemas enfrentados pela administração municipal em Salvador.

Os crescentes assentamentos populacionais nessas áreas trazem como consequência os deslizamentos de terra e desabamentos de imóveis nos períodos de chuvas intensas.

A partir da reformulação iniciada em 2016, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) passou a atuar prioritariamente com foco na prevenção, por meio da intensificação dos trabalhos educativos e inclusivos, da elaboração de planos de prevenção e dos mapeamentos das áreas de risco.

Além do mapeamento, essas áreas são monitoradas constantemente para acompanhamento das intervenções executadas e possível alteração do grau de risco.

 

Áreas mapeadas

 

Já foram mapeadas 171 áreas de risco, das quais 14, consideradas críticas. A elaboração de mapas de ocupação consiste no cadastramento dos imóveis e da área, ferramenta destinada a subsidiar a Defesa Civil na sua gestão, prevenção e redução dos riscos. Através do conhecimento prévio e monitoramento dos processos que desencadeiam eventos adversos, torna-se possível planejar ações para evitar certos tipos de ocorrências e reduzir as consequências, agindo diretamente sobre as edificações vulneráveis e os espaços suscetíveis a desastres.

 

Vistorias e encaminhamentos

 

Em abril, foram realizadas 2.247 vistorias (parcial de 30/04) devido ao aumento das ocorrências relacionadas às condições meteorológicas adversas características desse período, como deslizamentos de terra e alagamentos. A central telefônica 199 tem sido o principal canal utilizado para registrar a maioria dessas demandas de vistorias. Esse cenário reflete a importância de lidar eficientemente com essas questões durante esse período crítico. Tipos de solicitações mais preponderantes: ameaça de deslizamento, deslizamento de terra e ameaça de desabamento.

Após a vistoria para avaliação estrutural por engenheiros da Codesal, caso haja risco, o morador é notificado a evacuar o imóvel, cadastrado e encaminhado à Sempre para análise de auxílio social. A Sedur é acionada para proceder nova avaliação e demolição das partes instáveis.

Após as vistorias são procedidos os encaminhamentos às secretarias, órgãos e entidades para realizar intervenções em situações de sinistro ou risco à população. A SUCOP, LIMPURB e SEDUR lideram a lista, pois têm atribuições relacionadas a estabilização de encostas, limpeza de áreas e demolição de construções em risco de desabamento.

 

Lonas

Em abril de 2024 foram liberados pela Codesal 31.482 m² de lona plástica em atendimento a 199 locais (dado atualizado às 10h de 30/04), sendo as Prefeituras Bairro do Centro/Brotas; Liberdade/S.Caetano; Cabula/Tancredo Neves as de maiores demandas. Já nos meses de janeiro, fevereiro e março foram mais 28.008 m² de lona em 166 localidades. As Prefeituras Bairro mais atendidas com a colocação de lona foram: Subúrbio/Ilhas; Liberdade/S.Caetano e Cajazeiras.

 

Geomantas

 

A geomanta é uma tecnologia de cobertura provisória das encostas para impermeabilização, que utiliza um geocomposto de PVC e geotêxtil com cobertura de cimento jateado de rápida execução e baixo custo. Desde 2016, já foram aplicadas geomantas em 300 encostas da cidade. A Prefeitura de Salvador já investiu, em acréscimo, entre as gestões dos prefeitos ACM Neto e de Bruno Reis, na construção de muros de contenção em áreas de risco da capital.

 

Programas educativos

 

Com o intuito de mobilizar, sensibilizar e capacitar os moradores das comunidades de Salvador, onde os riscos de desabamentos, deslizamentos e alagamentos são evidentes, a Defesa Civil realiza a formação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil – Nupdecs.

Para isso, a equipe mobiliza a comunidade, visitando todas as casas da poligonal mapeada e determinada. Utilizando-se de metodologias participativas, valorizando o conhecimento da própria comunidade e a predisposição delas para se organizarem em torno desse tema, eles aprendem noções básicas para desenvolver as ações de defesa civil. Até o momento foram formados 88 Nupdecs.

Levando-se em consideração que a capacitação do Nupdec acontece para pessoas maiores de 14 anos, o Nupdec Mirim surge como uma proposta de ação complementar para sensibilizar e capacitar o público infanto-juvenil a participar das ações de defesa civil em seu bairro.

O intuito do projeto é capacitar crianças e adolescentes por meio de metodologias que auxiliem a conhecer o que é risco e como proceder antes, durante e após um desastre. Ele é executado paralelamente à formação do Nupdec ou de forma independente. Já foram formados até agora 33 Nupdecs Mirins.

O Projeto Defesa Civil nas Escolas (PDCE) é uma proposta da Codesal, em consonância com a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, que estabelece, entre seus objetivos, a prioridade de ações preventivas relacionadas à minimização de desastres e a participação da sociedade civil nesse processo. Já foram formados 87 PDCEs e cinco PDCEJA.

 

Simulados

 

Ao longo da fase de preparação para a Operação Chuva 2023, entre janeiro e março, moradores das quatorze áreas de Salvador que possuem o Sistema de Alerta e Alarme participaram de simulados de evacuação de áreas sendo orientados a entrarem em estado de ATENÇÃO e deixarem suas casas, sendo treinados para possível risco de deslizamento de terra em caso de acionamento de sirene. Em seguida se dirigem para os abrigos provisórios montados numa escola municipal do bairro.

 

Atendimento social

Em acréscimo o Setor de Atendimento à Comunidade em Áreas de Risco cadastrou entre janeiro a abril 2.023 famílias para atendimento social na Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).

 

ASCOM – DEFESA CIVIL

01/05/2024

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