Balanço parcial da Operação Chuva 2021, divulgado hoje (01/05) pela Defesa Civil/ Codesal, destaca que abril foi marcado por períodos de intensas chuvas em Salvador que ultrapassaram em quase o dobro a normal climatológica (média histórica) para o mês (295,7mm) em algumas regiões da cidade. A normal climatológica é determinada por medições realizadas nos últimos 30 anos pelo pluviômetro de Ondina, então o único existente na cidade.

Segundo o Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), em abril, os maiores acumulados de chuvas foram registrados na Base Naval de Aratu 533,2mm; São Tomé de Paripe 492,8mm; Palestina 467,2mm; Mirante de Periperi 427,4mm; Periperi 410,0 mm; Valéria 409,3 mm; Mussurunga 408,2mm e Praia Grande 403,0mm. Nesse período, a estação de Ondina registrou 286,6mm, 97% da normal climatológica.

As Normais Climatológicas são médias de parâmetros meteorológicos computadas em um período de 30 anos consecutivos, obedecendo a critérios recomendados pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Este padrão foi estabelecido porque, à época da definição, apenas 30 anos de dados climatológicos estavam disponíveis, nas estações mais antigas.

ATIVIDADES ARTICULADAS

Anualmente, no período de maior acúmulo de chuvas em Salvador, entre março e junho, a Defesa Civil (Codesal) intensifica suas atividades preventivas e emergenciais com intuito de eliminar e minimizar os efeitos causados pelas precipitações na cidade. Nesse intervalo é realizada a Operação Chuva que este ano teve o decreto assinado pelo prefeito Bruno Reis em cerimônia na sede da Codesal, no dia 15 de março, em que participaram a vice-prefeita Ana Paula Matos, o diretor geral da Defesa Civil, Sosthenes Macêdo, entre outros representantes da gestão municipal.

A Operação Chuva é feita em duas etapas, sendo uma delas preparatória – que ocorre durante todo o ano e corresponde à intensificação das ações preventivas. A outra etapa é de alerta, realizada nos meses de abril a junho com medidas de monitoramento e resposta às situações de risco ou desastre.

A participação articulada de todos os integrantes do Sistema Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMPDC), coordenados pela Codesal, respondem pela prontidão na resposta às ocorrências de emergências em áreas de risco de deslizamento de terra e alagamentos.

VISTORIAS

Ainda segundo o balanço parcial, entre 15 de março a 30 de abril, a Defesa Civil de Salvador recebeu 4.174 solicitações de vistorias em áreas de risco da capital. As principais demandas se referiam a ameças de deslizamento – 1.075, deslizamentos de terra - 567, e ameaças de desabamento - 775.

Os locais mais afetados pelas chuvas no período foram os bairros com topografia acidentada, a exemplo de Campinas de Pirajá (185 solicitações); São Marcos (166); Alto da Terezinha (144); Castelo Branco (110) e São Cristovão (104).

Ao longo do ano, a Defesa Civil de Salvador realiza ações preventivas nas áreas de risco da capital baiana, entre as quais as vistorias integrantes do Projeto Casarões que já contabilizam 1.384 imóveis. Visando preservar vidas, as vistorias técnicas são realizadas a partir da avaliação de risco geológico ou construtivo, de forma a prevenir, proteger e preservar o bem-estar dos cidadãos. O processo se inicia por meio de solicitação pelo telefone 199.

ATENDIMENTO À COMUNIDADES

O setor de Atendimento à Comunidade em Áreas de Risco (Sacar) prestou assistência à população atingida por fenômenos adversos nesta etapa inicial da Operação, realizando os encaminhamentos de demandas relativas às situações resultantes de alagamentos, deslizamentos de terra e desabamentos.

Entre o período de 15 de março a 30 de abril de 2021 foram feitos 898 cadastros de atendimento que são encaminhados para a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre) que procede a análise e concessão do auxílio social.

AÇÕES PREVENTIVAS

Buscando capacitar comunidades onde há maior risco, a Codesal, tem promovido programas educativos como o de formação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) e o Nupdec Mirim que contemplam capacitação em defesa civil e a realização de simulados de evacuação como treino e percepção de risco para demandas emergenciais, de modo que os moradores saibam lidar com eventuais perigos decorrentes de fatores climatológicos.

Os investimentos, feitos pela gestão de ACM Neto e continuados pelo prefeito Bruno Reis em projetos preventivos, tecnológicos e às frequentes atividades educativas realizadas nas comunidades e escolas, têm contribuído para a redução de ocorrências graves.

Entre as ações preventivas, está a aplicação de geomantas para prevenir deslizamentos de terra em áreas de risco. A cidade já conta com 207 proteções desse tipo, sendo que outras estão em execução. Em acréscimo, desde 2013, a capital baiana ganhou 103 contenções de encostas, sendo que, a última foi entregue em 19 de abril. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra).

Como medida protetiva, a Defesa Civil de Salvador aplicou 80.216 m² de lona plástica entre 01/01 a 30/04, para a impermeabilização de terrenos de encostas. Além da colocação de lona, as equipes da Limpurb realizaram nas encostas serviços de capinação, roçagem, retirada de entulho, remoção de terra, lixo e limpeza de valetas. A manutenção da rede de micro e macrodrenagem, realizadas pela Secretaria de Manutenção (Seman) também integra o escopo de ações contínuas.

MONITORAMENTO DE RISCO

O acompanhamento de risco climático, realizado pelo Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), está entre as inovações tecnológicas que vêm sendo empregadas nas políticas de redução de desastres. Há 54 pluviômetros automáticos em diferentes regiões da capital, 11 sirenes em dez áreas de risco, além de duas estações meteorológicas instaladas no Parque da Cidade e Monte Serrat, quatro estações hidrológicas no Retiro (Rio Camarajipe), Caminho das Árvores (Rio Camarajipe), Boca do Rio (Rio das Pedras/ Pituaçu) e Piatã (Rio Jaguaribe).

Técnicos da Codesal em parceria com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) estão instalando, desde de 26/04, 15 Plataformas de Coleta de Dados Geotécnicos (PCD Geotécnica), compostas por pluviômetros e sensor de umidade em diferentes áreas da cidade. Com isso, será possível ter maior precisão na emissão de alertas de risco de deslizamentos e antecipação das ações de prevenção dos impactos socioambientais.

Como parte da etapa de Alerta da Operação Chuva 2021, tem sido feito o cadastro gratuito de qualquer cidadão que deseja receber informações e avisos meteorológicos. Para isso, basta enviar SMS para o número 40199, informando apenas o CEP.

EVACUAÇÃO DE ÁREAS

Durante os dias de grandes acumulados de chuvas em abril, nove sirenes do Sistema de Alerta e Alarme foram acionadas em oito localidades. Em 09/04, foram acionadas sirenes em cinco localidades: Castelo Branco/Moscou (12h45), Alto da Terezinha/Mamede (01h15), Sete de Abril/Bosque Real (14h30), Calabetão (19h10) e Bom Juá (21h).  Já no dia 10/04, às 11h13, foram acionadas sirenes em três localidades: Lobato/Voluntários da Pátria, Capelinha/Vila Picasso e São Caetano/Baixa do Cacau.

As sirenes integram o Sistema de Alerta e Alarme da Codesal que é acionado quando o acumulado de chuvas atinge 150mm em 72h, com o objetivo de alertar os moradores e evacuar famílias em função do risco de deslizamento de terra devido às fortes chuvas.

Naquele período, 155 famílias foram evacuadas de suas casas e conduzidas à abrigos instalados em nove escolas municipais das regiões atingidas. As Gerências Regionais de Educação (GREs), da Secretaria Municipal de Educação, colaboraram no abrigamento nas escolas municipais. Passado o período de risco, a desmobilização ocorreu com o acionamento de todas as sirenes, em 23/04, às 15h49, emitindo avisos de retorno à normalidade. Os abrigos foram desocupados paulatinamente, processo que se encerrou no dia 28/04.

Muitos dos moradores que participaram da capacitação dos Nupdecs auxiliaram a Codesal no processo de evacuação, ajudando a convencer as pessoas sobre os riscos que corriam e sobre a necessidade de deixarem suas casas e irem para um local seguro.

Como serviço essencial da Prefeitura de Salvador, a Defesa Civil mantém plantão 24 horas e atende as demandas da população pelo telefone gratuito 199.

ASCOM-CODESAL

01/05/2021

 

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